Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

quarta-feira, 14 de abril de 2010

seasonfinale


Ontem foi transmitido o episódio final da temporada da minha série de TV favorita, foi o chamado season finale. Sei que há a grande probabilidade de o consenso geral considerar isso uma grande bobagem, talvez até frescura mesmo, mas o episódio ativou, de algum modo as minhas glândulas lacrimais. Houve algum vilão que tenha virado bom moço? Não mesmo. Algum mísero casal terminou junto? É, acho que não.

A verdade é que, com algumas poucas exceções, deu tudo errado. Maridos largaram esposas, amantes continuaram somente amantes, amores eternos se acabaram bem antes da eternidade, amigos de uma vida toda cortaram relações por toda a vida, outros brigaram e se reconciliaram, sabendo que um não é completo sem o outro. Entes queridos foram morar fora. Lutas de anos contra doenças terríveis terminaram em morte. Velórios, enterros, missas de sétimo dia. Festa, alegria, reuniões. Houve sexo de montão. Foram primeiras vezes, últimas vezes, a única vez, a vez melhor, o parceiro(a) melhor. Fizeram menage a tròis, papai-e-mamãe. Fizeram um filho, um filho morreu. Se apaixonaram, se decepcionaram. Funcionários dedicados foram promovidos, outros se esforçaram à toa. Expectativas foram frustradas. Namoradas apaixonadas foram frustradas por namorados nem tão apaixonados assim. Não conseguiram mais mentir. Mentiram como nunca. Se arrependeram, admitiram erros, pediram desculpas, tentaram consertá-los. Desculpas foram aceitas, outras não. Erros foram perdoados, outros foram simplesmente imperdoáveis, porque levaram pedaços inteiros de quem sofreu. Presentes foram guardados com o coração, outros se perderam no esquecimento, ou foram trocados por coisas mais úteis. Houveram alguns acidentes de carro também, filmes da vida inteira passando diante dos olhos em um segundo, experiências de quase-morte.

Parei para pensar um pouco agora. Refletindo bem, tem alguma coisa errada com isso tudo. Os olhos do protagonista são familiares demais. São pequenos, mas cheios de vida, já os vi em algum lugar. Um instante! Preciso me certificar de alguma coisa. Bem como eu pensei. A tela não é tela. Os olhos familiares me fitando, piscaram junto comigo. O coração acelerado daquele em minha frente bateu junto com o meu. E a lágrima que rolou naquele rosto magro, caiu com peso de chuva torrencial na minha camisa. Tirei os olhos do espelho e deixei tudo o que aconteceu no passado. Move on. Season Finale. Até o primeiro episódio e boa estréia para vocês.

10 comentários:

Marcos Cantuária disse...

Acho que essa serie se chama Desperate Real Life, não??
puts, o texto ficou simplesmente foda. quase me perdi mas quando chegou no final não queria que tivesse chegado.

disse...

Ei po, há muito tempo perdeu a graça romances com finais felizes ;D
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Sobre o post: Coragem, cão covarde.
Sério, há muito tempo não leio palavras colocadas que eu entenda, que eu aceite, que concorde.
Todos nós temos esses momentos, e não é feio admitir, diria até louvável! Isso aí cara, todos nós somos cães, ou já fomos em algum momento.
Obs.: Nem precisa retornar, como disse no começo do post, tô em crise de seca criativa, DROGA! -.-

Amanda Arrais disse...

Adorei os modos como tu contaste os fatos e cada uma das oposições em frases curtas e com 'tiradas', mas o melhor mesmo foi o final! A interligação que tu fizeste com a tua própria vida (ou pelo menos foi o que eu entendi) foi fantástica e eu nem queria que tivesse chegado no final também. Parabéns!

Carol Piancó disse...

Adorei, as tuas singelas palavras transmitiram uma mensagem exuberante.

zema ribeiro disse...

demorei a me apaixonar por e a acompanhar house. ainda demorarei a devorar algumas temporadas. isto é, a brincadeira, ao menos para o cão aqui, vai demorar um pouco mais, ahah... abraço, cabra bom!

Luís Pedro disse...

Pensei q tava lendo a minha biografia, e até me assustei pois q me senti de frente a uma bola de cristal ou coisa parecida! De certo duas coisas: vou parar e me olhar melhor no espelho, e vou assistir à proxima temporada de House, rsrs
Parabéns, meu amigo!

Karolline Garcês disse...

Aliás, o Dr. House, o Hugh Laurie e tudo mais se concretiza mesmo depois de ter acabado. Assim como metade dos americanos, eu também sou fã. E como tu, a minha série favorita também. Gostei do que li.
Parabéns. Até a estréia.

;-*

Lucas disse...

brigaaado a tooodos os comentários. ;* é muito bom rceber a apreciação de gente tão inteligente.
;D

Anônimo disse...

Hum, o mais intrigante foi misturar a tua história com House =) lindo texto!

Padilha!

Leonardo disse...

É o meu ponto de vista, mas tu usou muito o eufemismo no começo do texto, falando: ''mas o episódio ativou, de algum modo as minhas glândulas lacrimais'' e no decorrer do texto, tu me pareceu direto em mais coisas. Se tu tivesse colocado algo mais impactante, teu texto ficaria bem melhor. De uma forma ou de outra, gostei muito!