Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

segunda-feira, 8 de março de 2010

Um dia pelos machistas

olá pessoal, mais uma postagem hoje, dessa vez pelo dia internacional da mulher. Comemoração de que me dá alguma coceirinha, pela qual eu senti que valeu a pena escrever. O post é pequeno, mas espero qu gostem. já tem outro no forno. graaande abraço e até mais.

Um dia pelo machismo.


A maioria de nós conhece a origem da comemoração do dia de hoje, pelo menos os que durante o ensino médio abriram o livro de História ao menos uma vez. Mulheres mortas em acidente de trabalho, devido às péssimas condições na segunda revolução industrial e... BUM! O Dia internacional da mulher. Por mais árdua que tenha sido a luta feminina pela igualdde de direitos, entretanto, penso que por mais fabulosas que sejam nossas amáveis e adoráveis mulheres, a data de hoje presta um desserviço às mesmas.

Este dia, lembra a todos, o quanto somos machistas e como ainda hoje, chegando à segunda década do século XXI, ainda consideramos a mulher como o indivíduo do sexo frágil, incapaz de se impor por si só todos os dias e carente de um dia para ser lembrada. Igualdade é igualdade. Celebremos sim, portanto, todos os dias o dia de todos nós. Mais do que homens e mulheres, somos cidadãos, todos iguais, e equivalentes em capacidades e talentos. Somos, quer homens, quer mulheres, autores de feitos fantásticos e não uma vez por ano. Mas 365.

Lembrar às mulheres sobre tudo de ruim que passaram até adquirir a tão sonhada igualdade, é como alguém que adota uma criança e a cria cheia de cuidados, diferente de como cria os filhos biológicos. Tanto cuidado só serve para que a criança se sinta diferente e não uma parte da família como qualquer um dos outros.

O Dia internacional da mulher, desnecessário em minha opinião, não impede, no entanto, que eu conceda meus mais sinceros parabéns às mulheres, não pelo dia de hoje, mas por se fazerem indispensáveis todos os dias à minha vida e à vida de todos os homens da face da terra. Quanto à data de hoje? A mim ela só diz que em terra de machista quem tem um dia é rei. No caso rainha. Só por um dia? Mau negócio. E a luta de milênios pela igualdade é invalidada.

Lucas Moraes Santos

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Grande Irmão



Boa noite pessoal, mais um post. dessa vez a coceira veio de um paredão com quase 100 milhoes de votos ontem no bbb. Cocei, cocei e a dúvida continuou. Por que raios invasão de privacidade dá tanta audiencia? Isso aí embaixo foi no que resultaram as divagações. Espero que gostem. Comentem. Graande abraço, Lucas.




O Grande Irmão.

O autor é Eric Arthur Blair, embora o pseudônimo seja George Orwell. O livro é 1984. E o enredo? A vida que vivemos hoje. Do que eu estou falando? Do Big Brother. Uma boa parte dos leitores está, provavelmente se perguntando, o que tudo isso tem a ver com o reality show, e é realmente curioso que apesar de este ser um dos programas atualmente mais populares no mundo, pouca gente aqui no Brasil saiba que o formato tem sua origem na literatura.
1984 é um livro escrito no começo do século XX que trata de um futuro alternativo, em que um mega país, localizado na Oceania, seria controlado rigidamente por um grande ditador. Originalmente Big Brother, Grande Irmão em português, o ditador controlaria os cidadãos por meio de teletelas, através das quais ele vigiava a todos e quaisquer passos dos habitantes, mantendo-os sob suas regras e devidamente controlados. Um caso atípico é verdade, afinal não se pode dizer que qualquer semelhança seja lá uma mera coincidência.
Exceção à regra do fabuloso “não é o que parece”, o livro serviu de fato como inspiração para a criação do famoso formato de reality show, transformado pela vasta audiência mundo a fora num fenômeno de público indiscutível. Fenômeno esse responsável, na versão brasileira, pelos acachapantes e esdrúxulos quase 100 milhões de votos, batendo todos os recordes do próprio programa. Tamanho comparecimento e, diria mais, comprometimento popular com uma entre milhares de atrações é algo que chama a atenção, e sobre o qual certamente vale refletir.
Retornando as origens do Big Brother e relacionando-a com tamanha popularidade, é de se pensar que o livro, embora os nomes iguais não fossem os mesmos por mera coincidência, é, mais do que um livro atemporal, uma obra profética. Pois, como um autor, em meio à primeira metade do século XX, poderia chegar a supor que a sociedade fictícia imaginada por ele estaria tão próxima da futura sociedade global, e que haveria de fato um big brother? O grande irmão desta sociedade, no entanto, não está na pessoa de um ditador, tampouco é um reality show homônimo. Neste mundo esquisito criado por nós, o Big Brother, diferente do que os adeptos de algumas fantásticas teorias de conspiração esperariam que eu apontasse, se materializa na figura de uma multidão de 6 bilhões de pessoas. Isso mesmo, somos nós os ditadores de nós.
Somos nós, o próprio público, que incentivamos a criação de produtos de entretenimento. Ninguém, nenhuma empresa, nenhum estúdio produz nada que não seja vendável, nada que nós não compremos, o que permite concluir termos sido nós mesmos os que optaram por criar esse 1984 do século XXI; nós vigiamos a nós. Como? É preocupante a freqüência no número de famílias de celebridades, sem talento artístico algum, e que no entanto põem câmeras em suas casas e expõem suas vidas e seus problemas a todo o mundo por livre e espontânea.vontade . Exemplos não faltam em que a privacidade é completamente ignorada. Além do Big Brother, Keeping Up with the Kardeshians, Leave it to Lamas, e aberrações como a mullher que forçou uma gravidez de oito gêmeos apenas em busca da fama, são amostras de tudo o que é produzido e de tudo o que é comprado aos montes.
Nem tudo é ruim, nem tudo é bom. Como tudo o mais na vida cai-se nesse maniqueísmo indeciso onde o que basta é consciência. Para que não nos tornemos vítimas da ditadura da fama nesse nosso 1984, e nem, por outro lado, uma mente fechada para as boas idéias da indústria do entretenimento, basta que sigamos atentos à nossos princípios e a uma consciência em paz para o que nos feliz ao assistir. Eis aí, na minha opinião uma boa receita para sobreviver intactos à futilidade impressionante que muitas vezes vem atrelada aos meios de comunicação, sem é claro nos render aos preconceitos da mente pretensamente culta. Tal qual em tudo o mais moderação e inteligência são o que bastam, para que as teletelas do sec. XXI não nos controlem e sim, entretenham. Inteligência, sobretudo, para que no novo milênio, que começou avassalador como nenhum outro, a espiadinha continue senda nossa, e não de quem quer que esteja por trás da TV, ainda que por trás da TV estejamos nós também.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A gente quer sarna pra se coçar





E é o fim. Acabou. Lá se vai a primeira década do século XXI. Se antes havia aquele receio implícito, aquele medo levemente reprimido do que viria com novo milênio e que fazia a muitos de nós entoarmos bordões como “que nada, o século só está começando, estamos ainda nos primeiros anos”, agora já não há desculpas esfarrapadas que nos prendam ao século XX.

A primeira década passou e passou com tudo. Somente nos últimos cinco anos a ciência avançou proporcionalmente mais do que nos cinqüenta anteriores e a tecnologia trouxe novidades que a menos de vinte anos eram inimagináveis. Dentre tantos avanços, um dos mais democráticos, na minha opinião, foi o da internet. Ela proporcionou o acesso a informação e a comunicação entre as pessoas em velocidade instantânea, algo nunca antes visto. É bem verdade que sua criação deu-se ainda no século XX, mas foi nesta década, prestes a acabar que deu-se sua verdadeira disseminação.

Recentemente, por exemplo, andei freqüentando um chat capaz de conectá-lo com pessoas de todo o mundo, é o chat roullette. Basta uma webcam e algum conhecimento de inglês para que seja possível bater-papo com internautas de TODA parte. Ignorando-se os viciados em sexo fazendo “bobagens” na webcam, é de fato possível conversar com gente muito interessante e – porque não? – fazer amizades. Um dos amigos que fiz no chat, e com o qual ainda mantenho contato foi, inclusive, responsável por um recente ataque de indignação.

Danny, o referido amigo, que recentemente havia concluído o ensino médio, enviou-me algumas fotos de sua cidade, que não passava de uma pequena cidade do interior dos EUA. Mas foram as fotos de sua escola que me despertaram, com tanta intensidade, para a questão a seguir. A escola era uma escola pública, mas que possuía uma estrutura impecável, e limpeza praticamente hospitalar. Ele contou-me de todas as atividades extra-curriculares oferecidas, as produções fantásticas dos alunos, tudo aquilo, obviamente, muito corriqueiro para ele. Logo após a conversa, por coincidência, fui assistir à televisão, ao jornal local. Havia uma matéria sobre as condições das escolas públicas de um interior de Açailândia. O choque foi instantâneo. A diferença, eu notei, era absurda demais, cruel demais. As crianças de Açailândia assistiam aula em um barraco com chão de terra batido, debaixo de arvores e haviam três ou quatro turmas agrupadas. Lembrava da beleza, da estrutura da escola que acabara de me ser mostrada pelo amigo americano e não consegui conceber um mesmo mundo para aquelas duas realidades.

Percebi, então, como a indignação pode ser motor para mudanças. Naquele momento eu pude sentir uma meta sendo construída, quase que involuntariamente, dentro de mim. Qualquer que venha a ser a minha profissão, em qualquer que venha a ser a área na qual eu venha a atuar, decidi que irei utilizar minha posição para acabar com um contraste tão desumano como aquele. E rezo para que a minha indignação seja a mesma de todos.

Este é um dos propósitos deste blog recém-criado. Além de, claro, partilhar opiniões sobre cultura, entretenimento, musicas, filmes - porque não? - partilhar nossa indignação para com todos os absurdos correntes no mundo político e social deste Brasil. Afinal, o que queremos mesmo é fuçar, opinar, virar e revirar os fatos. Queremos ir atrás do que falar, e fazer notícias com notícias. Não importa a natureza daquilo que estamos discutindo. Só queremos incomodar. Bastante. No final das contas, música, cinema, celebridades, política, desigualdade social... Para um habitante do novo século XXI tudo isso é o que se procura. Tudo isso é sarna pra se coçar.