Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Grande Irmão



Boa noite pessoal, mais um post. dessa vez a coceira veio de um paredão com quase 100 milhoes de votos ontem no bbb. Cocei, cocei e a dúvida continuou. Por que raios invasão de privacidade dá tanta audiencia? Isso aí embaixo foi no que resultaram as divagações. Espero que gostem. Comentem. Graande abraço, Lucas.




O Grande Irmão.

O autor é Eric Arthur Blair, embora o pseudônimo seja George Orwell. O livro é 1984. E o enredo? A vida que vivemos hoje. Do que eu estou falando? Do Big Brother. Uma boa parte dos leitores está, provavelmente se perguntando, o que tudo isso tem a ver com o reality show, e é realmente curioso que apesar de este ser um dos programas atualmente mais populares no mundo, pouca gente aqui no Brasil saiba que o formato tem sua origem na literatura.
1984 é um livro escrito no começo do século XX que trata de um futuro alternativo, em que um mega país, localizado na Oceania, seria controlado rigidamente por um grande ditador. Originalmente Big Brother, Grande Irmão em português, o ditador controlaria os cidadãos por meio de teletelas, através das quais ele vigiava a todos e quaisquer passos dos habitantes, mantendo-os sob suas regras e devidamente controlados. Um caso atípico é verdade, afinal não se pode dizer que qualquer semelhança seja lá uma mera coincidência.
Exceção à regra do fabuloso “não é o que parece”, o livro serviu de fato como inspiração para a criação do famoso formato de reality show, transformado pela vasta audiência mundo a fora num fenômeno de público indiscutível. Fenômeno esse responsável, na versão brasileira, pelos acachapantes e esdrúxulos quase 100 milhões de votos, batendo todos os recordes do próprio programa. Tamanho comparecimento e, diria mais, comprometimento popular com uma entre milhares de atrações é algo que chama a atenção, e sobre o qual certamente vale refletir.
Retornando as origens do Big Brother e relacionando-a com tamanha popularidade, é de se pensar que o livro, embora os nomes iguais não fossem os mesmos por mera coincidência, é, mais do que um livro atemporal, uma obra profética. Pois, como um autor, em meio à primeira metade do século XX, poderia chegar a supor que a sociedade fictícia imaginada por ele estaria tão próxima da futura sociedade global, e que haveria de fato um big brother? O grande irmão desta sociedade, no entanto, não está na pessoa de um ditador, tampouco é um reality show homônimo. Neste mundo esquisito criado por nós, o Big Brother, diferente do que os adeptos de algumas fantásticas teorias de conspiração esperariam que eu apontasse, se materializa na figura de uma multidão de 6 bilhões de pessoas. Isso mesmo, somos nós os ditadores de nós.
Somos nós, o próprio público, que incentivamos a criação de produtos de entretenimento. Ninguém, nenhuma empresa, nenhum estúdio produz nada que não seja vendável, nada que nós não compremos, o que permite concluir termos sido nós mesmos os que optaram por criar esse 1984 do século XXI; nós vigiamos a nós. Como? É preocupante a freqüência no número de famílias de celebridades, sem talento artístico algum, e que no entanto põem câmeras em suas casas e expõem suas vidas e seus problemas a todo o mundo por livre e espontânea.vontade . Exemplos não faltam em que a privacidade é completamente ignorada. Além do Big Brother, Keeping Up with the Kardeshians, Leave it to Lamas, e aberrações como a mullher que forçou uma gravidez de oito gêmeos apenas em busca da fama, são amostras de tudo o que é produzido e de tudo o que é comprado aos montes.
Nem tudo é ruim, nem tudo é bom. Como tudo o mais na vida cai-se nesse maniqueísmo indeciso onde o que basta é consciência. Para que não nos tornemos vítimas da ditadura da fama nesse nosso 1984, e nem, por outro lado, uma mente fechada para as boas idéias da indústria do entretenimento, basta que sigamos atentos à nossos princípios e a uma consciência em paz para o que nos feliz ao assistir. Eis aí, na minha opinião uma boa receita para sobreviver intactos à futilidade impressionante que muitas vezes vem atrelada aos meios de comunicação, sem é claro nos render aos preconceitos da mente pretensamente culta. Tal qual em tudo o mais moderação e inteligência são o que bastam, para que as teletelas do sec. XXI não nos controlem e sim, entretenham. Inteligência, sobretudo, para que no novo milênio, que começou avassalador como nenhum outro, a espiadinha continue senda nossa, e não de quem quer que esteja por trás da TV, ainda que por trás da TV estejamos nós também.

1 comentários:

Anônimo disse...

MUITO bom! que phooda!