Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Coragem, cães covardes.

É, eu sei que eu andei dando a este blog as mais desmerecidas férias da história, mas houve uma crise de seca criativa. Espero estar de volta com todo gás agora. Mas vamos ao que interessa. O texto.


Coragem, cães covardes


Sempre há a hora em que você se vê encarando a verdade que há apenas cinco segundos estava enterrada no mais profundo do seu subconsciente. Essa hora chega causando, invariavelmente (creio eu), uma onda de frustração dirigida à sua completa incapacidade de controlar a maneira com a qual a sua cabeça funciona. Parece-me bem oportuno, a esta altura, concluir que algumas verdades simplesmente são mais úteis quando enterradas bem fundo junto com os seus neurônios mais inúteis, dentre os quais provavelmente estão aqueles que servem para te lembrar que a consulta no dentista deveria ter sido ontem à tarde.

Me ocorre, somente agora, infelizmente, que poderia ser muita pretensão de minha parte, pressupor que eu fosse o único a ter que lidar com essas, com o perdão de Al Gore , verdades inconvenientes. Pergunto-lhes, portanto, o que fazer quando repentinamente percebe-se não só a verdade sobre uma situação desconfortável, mas também o fato de que essa verdade sempre fora de seu conhecimento, ainda que até então fortemente ignorada? O que fazer quando é conhecido o exato e correto caminho a seguir rumo à solução de um problema, mas você se vê completamente rodeado e esmagado por uma multidão de covardia e conformismo? O que fazer quando lhe falta apenas a menor e mais crucial parte da solução?

Uma vez tendo eu abandonado as fórmula mágicas, só me resta a mais irritantemente correta resposta: respirar fundo, não pensar em nada, e fazer logo que se tem a fazer antes que você solte todo o oxigênio que você expirou e junto dele venham os míseros átomos de coragem que você conseguiu reunir. Apenas feche os olhos e se jogue na solução do problema, terá acabado antes que você perceba. E só para o caso de futuras reivindicações de hipocrisia, que fique claro, os leitores devem todos lembrar-se do único clichê verdadeiro (por favor, não vomitem com a falta de originalidade dele, acreditem, ele está sendo útil agora) : vocês todos podem até chegar a fazer o que eu disser se lhes convir, mas, a não ser em casos de masoquismo patológico, jamais façam o que faço.

...tá bom, eu não me ferro tanto assim. Coragem, caros irmãos, cães covardes ;D

2 comentários:

Vinícius Lima disse...

Textos introspectivos já são, por natureza, implícitos;por isso devemos tirar tantos ''cuidados'' de cima deles...

*Coragem cão, ao menos na escrita, não deixe transparecer sua covardia.

José Samuel de Melo Neto disse...

O perigo de ter amigos verdadeiros é que eles sabem mais sobre a gente do que gostaríamos -só comentando mesmo sobre o que o vini escreveu, rs-
Enfim, lembra daquela pergunta que te fiz uma vez no form? Pois é.
Um homem que se entrega e que vive, à cima de tudo, vive, é digno de minha admiração.
Quero te admirar,ainda mais do que já admiro, percebendo atitudes bem diferentes do que as de um covarde.