Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

domingo, 11 de abril de 2010

Por um Wikiplaneta




Reality shows com eliminações determinadas pela votação do público. Enciclopédias virtuais escritas pelos próprios leitores. Sufrágio universal, cada vez mais estendido a quase todos os países do mundo. Bem, me parece que neste mundo de modismos absurdamente transitórios, tal qual a preocupação com o meio ambiente, participação popular é a tendência da vez. Não podia ser diferente, portanto, no governo do presidente mais pop da história recente dos Estados Unidos da América, a decepção da vez, Barack Obama.

Embora alguns dos posicionamentos e das decisões do governo Obama tenham pegado muitos de seus cabos eleitorais mundo afora de surpresa e tenham feito alguns dos responsáveis pela decisão dos vencedores do prêmio Nobel se contorcerem de remorso pelo peso do erro de uma premiação apressada, não se pode negar que ao menos uma boa idéia surgiu desse frustrante governo sem independência. Refiro-me à adesão à tendência de integração da participação popular a todas as esferas da sociedade, que parece ter chegado em boa hora ao Salão Oval em Washington D.C.

O governo americano pretende transformar a Casa Branca, naquilo a que eles têm chamado de um wikigoverno. Tal qual sua homônima prefixal, a Wikipédia, o wikigoverno ambiciona utilizar as idéias dos próprios cidadãos como ajuda para tomar decisões importantes e como fonte de inspiração para novos projetos. Trata-se, e é inegável, de uma completa novidade na condução das políticas governamentais nos EUA, uma vez que o país viveu os oito anos do catastrófico governo Bush tendo o segredo e o completo sigilo como as normas do Estado. Tal política, como todos já sabemos, gerou uma crise de confiança por parte dos cidadãos que não encontra precedentes da história recente do país, e é provavelmente contra essa crise que tenta lutar Obama, ainda mais após as tantas frustrações que seu governo tem proporcionado por sua completa dependência de um congresso hostil a suas iniciativas.

Ainda que tal transição vá ocorrer de maneira lenta e gradual, a fim de não causar embaraços à segurança nacional, ela não deixa de nos apontar um novo horizonte de plena democracia, onde a participação popular no governo – quem sabe? – nos deixe mais próximos de erradicarmos as chagas da corrupção e do jogo sujo que corre no cenário político de nossa nação tupiniquim. Para que tal passo seja dado por aqui também, é necessário, no entanto, o completo extermínio da mentalidade desonesta, à qual, para torná-la menos vergonhosa, transformamos em traço de nossa identidade cultural , sob o disfarce de “jeitinho brasileiro”. Bem é só olhar pela janela do carro em qualquer semáforo de qualquer cidade do país, e todos concordarão que o nosso “jeitinho” já fez vítimas demais. É hora de exorcizarmos a desonestidade e a esperteza egoísta de nosso patrimônio cultural, de abrirmos os olhos e pararmos de eleger os mesmos políticos que a trinta, quarenta, e cinqüenta anos vêm governando tão somente para si e suas privilegiadas famílias.

Conclamo todos a, neste ano de eleições, abandonar o arriscado critério utilizado por tais políticos como motor de campanha, o critério da “expiriência”. Vamos, neste ano, votar em quem fala daquilo em que acreditamos, e largar de vez essa velha corja que, a olhos vistos, deixou nossas cidades aos abutres e então, quem sabe, poderemos pensar num grau de maturidade democrática suficiente para que nós, população ajudemos a legislar nosso país, e –por que não? – mudar os indicadores sociais brasileiros atualmente presentes na Wikipédia. A palavra da vez é wiki, e significa que podemos todos ajudar. Mãos à obra então, por um possível e melhor Wikiplaneta.

Por Lucas Moraes Santos.

4 comentários:

Márcia, vulgo Feto disse...

"modismos absurdamente transitórios"
Eeh Lucas, gostei da expressão,a redundância foi perfeitamente oportuna. O modismo em si é transitório, mas o modismo que a gente vive, no agora, ultrapassa esse significado. O "absurdamente transitório" disse tudo!
Como eu ja te disse... Original, crítico e objetivo, gostei muito do blog =)

Amanda Arrais disse...

Adorei o termo 'wiki' em todas as vezes que foi utilizado. Original, crítico e objetivo +1

Dudu disse...

Pra ser jornalista so falta o diploma - lembrei - nao precisa mais.hahahha

Leonardo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.